Renato Gaúcho deixou seu cargo à disposição da diretoria do Flamengo tão logo se deu a eliminação na Copa do Brasil, na derrota para o Athletico-PR por 3 a 0, no Maracanã, na noite dessa quarta (27). A cúpula do clube, porém, não abraçou a ideia. Ele continua. Mas, se o Fla for batido pelo Atlético-MG, no sábado, pelo Brasileiro, o pesadelo pode voltar e o técnico perder o emprego.
A crise vinha se desenhando havia três jogos, com apresentações muito ruins do Flamengo, em que pese um início de trabalho avassalador de Renato Gáucho no time – foi contratado em julho para substituir Rogério Ceni.
Sua estratégia de deixar em segundo plano o Brasileiro, onde o Fla dificilmente conseguirá superar o líder Atlético-MG e sua torcida vê a cada rodada o sonho do tricampeonato consecutivo se desfazer, e a saída da Copa do Brasil da forma como ocorreu, com duas partidas decepcionantes contra o Athletico-PR (a dessa quarta foi marcante pelo placar), criaram-lhe um desgaste expressivo e crescente.
O ponto-chave foi a reação da torcida. Apoiou o time até a metade do segundo tempo desse confronto derradeiro contra os paranaenses. Depois, perdeu a paciência e descarregou sua fúria com xingamentos a Renato Gaúcho e também provocações, como a de reverenciar Jorge Jesus com a saudação em coro, “olê, olê, olá, mister, mister!”. Era assim que o técnico português, campeão do Brasileiro e da Libertadores em 2019, recebia o carinho dos rubro-negros.
Jorge Jesus chegou a ser cotado para dirigir a Seleção brasileira.
Em meio a seu sucesso no Fla, ele ouvia deboches de Renato Gaúcho, que treinava o Grêmio e criticava o tratamento elogioso que a imprensa dispensava ao português.